Evolução do Caminhão - 1886 até 2020

A Verdadeira História dos Caminhões

A história teve início há mais de um século, na Alemanha, e traduz o primeiro capítulo da motorização veicular no mundo. Os protagonistas, Gottlieb Daimler e Carl Benz construíram paralelamente os primeiros automóveis motorizados do mundo.

O pioneirismo desses homens fez com que colecionassem outras conquistas como a construção do primeiro ônibus, do primeiro caminhão com motor a gasolina e do primeiro caminhão a diesel do mundo.

Os Pioneiros

O sonho do automóvel – “A carruagem sem cavalos” – é talvez tão antigo quanto a própria humanidade. Porém, ele só se tornaria realidade em 1886, graças a Gottlieb Daimler e Carl Benz, reconhecidos como os verdadeiros pais do automóvel.

Carl Benz

Os primeiros anos

Carl Benz nasceu em 25 de novembro de 1844, filho de um condutor de locomotivas em Karlsruhe, na Alemanha. Seu pai faleceu apenas dois anos depois do seu nascimento e, apesar dos limitados recursos financeiros da família, sua mãe conseguiu lhe proporcionar uma boa educação.

O jovem Carl Benz frequentou o ginásio e depois ingressou na Escola Politécnica de Karlsruhe. Conseguiu seu primeiro emprego em Mannheim, numa fábrica de balanças, como desenhista e construtor. Quando perdeu seu emprego, em 1868, ele foi para uma fábrica de máquinas, que se dedicava à construção de pontes. A este emprego seguiu-se uma temporada em Viena, também numa firma construtora de aço.

O início

Em 1871, Carl Benz fundou, juntamente com o mecânico August Ritter, sua primeira firma em Mannheim. Como Ritter não era um sócio confiável, Carl Benz decidiu dar continuidade ao negócio sozinho e, com ajuda da sua noiva Bertha Ringer, comprou a parte dele. Em 1872, Bertha Ringer e Carl Benz casaram-se. Mais tarde, Bertha seria crucial para o sucesso da jovem empresa. Ela realizou a primeira viagem de longa distância do mundo, transformando-se na primeira automobilista feminina da história. Carl e Bertha tiveram cinco filhos.

No início, os negócios de Carl Benz iam muito mal. Sua “Fundição de Aço e Oficina Mecânica”, mais tarde conhecida como “Fábrica para Máquinas de Trabalhar Chapas”, chegou a penhorar ferramentas.

Como em 1877 a Fábrica de Motores Deutz já havia patenteado o motor de quatro tempos, Carl Benz dedicou-se intensivamente a motores de dois tempos, buscando uma solução para seus negócios. O primeiro motor funcionou satisfatoriamente pela primeira vez em 1879, depois de dois anos de desenvolvimento. Benz também recebeu várias patentes básicas para seu motor de dois tempos, como, por exemplo, a regulagem de rotação. Para a ignição, utilizou sua recém-desenvolvida ignição à bateria.

Em 1882, a empresa foi transformada numa sociedade por ações, com novos investidores e participantes, assim como com a ajuda financeira de bancos, passando a ser denominada “Gasmotoren-Fabrik Mannheim”. Carl Benz tinha 5% das ações e era um dos diretores, mas como seus associados queriam influenciar suas construções, ele, mais uma vez, saiu da recém-criada companhia em 1883.

A empresa Benz & Co.

No mesmo ano em que deixou a “Gasmotoren-Fabrik Mannheim”, Benz conseguiu apoio financeiro dos investidores Max Rose e Friedrich Wilhelm Esslinger. Em outubro de 1883, eles fundaram a “Benz & Co. Rheinische Gasmotoren-Fabrik”.

A empresa expandiu-se rapidamente, chegando a contar com 25 trabalhadores e até licenças para a construção de motores a gasolina podiam ser vendidas. Benz ganhou condições para se dedicar totalmente ao desenvolvimento de seus motores automobilísticos. Assegurado financeiramente, iniciou a construção de um veículo de concepção própria, ao qual integraria seu motor de quatro tempos movido a gasolina, em contraposição à Daimler, que montava seu motor numa carruagem adquirida externamente.

Em 1886, o primeiro “veículo Benz motorizado e patenteado” foi apresentado ao público. Nos anos 1885-1887 foram montados, ao todo, três versões dos triciclos: o modelo 1, que Benz doou ao Museu Alemão como presente em 1906; o modelo 2, que foi várias vezes modificado e o modelo 3, com rodas de raios de madeira, que Bertha Benz também utilizou para sua primeira viagem de longa distância.

A demanda crescente por motores estacionários exigiu a mudança da Benz & Co. para instalações produtivas maiores. Em 1890, a “Rheinische Gasmotoren-Fabrik”, com a admissão dos novos sócios Friedrich von Fischer e Julius Ganss, transforma-se na segunda maior fábrica de motores da Alemanha.

Em 1893, Carl Benz introduziu a manga da barra da direção na construção de veículos pesados e, em 1896, desenvolveu o Contra-Motor, “ancestral” dos atuais motores boxer de cilindros antagônicos.

Maior fabricante automobilístico do mundo

O salto para números elevados de produção foi dado pela Benz & Co. com o “Velo”. Este automóvel leve, de preço acessível, foi fabricado entre 1894 e 1901, podendo ser considerado o primeiro em série, com 1.200 unidades produzidas.

Na virada do século, a Benz & Co. se transformaria no maior fabricante automobilístico do mundo.

Em 1899, a empresa seria transformada numa sociedade por ações. Ao lado de Carl Benz, Julius Ganss se tornaria membro do conselho responsável pelas atividades comerciais.

De 1890 a 1899, a força de trabalho aumentou de 50 para 430 homens. Neste ano, foram produzidos 572 veículos pela Benz & Co.

Os últimos anos

A partir de 24 de janeiro de 1903, Carl Benz retirou-se da vida ativa da companhia, passando a fazer parte do conselho de administração. Sua saída deveu-se ao fato da alta administração ter contratado um grupo de construtores franceses para a fábrica de Mannheim, a fim de fazer frente à concorrência da Mercedes, com produtos equivalentes. Este cenário acabou criando disputas internas.

Juntamente com Carl Benz saíram também seus filhos Eugen e Richard – este último, voltaria em 1904 como gerente de vendas da divisão de carros de passeio. Até o fim daquele ano foram vendidos 3.480 automóveis Benz.

Em 1906, Carl Benz fundou a companhia Carl Benz Söhne, em Ladenburg, cujos proprietários eram Carl Benz e seu filho Eugen. Depois de ter falhado o novo negócio com a fabricação de motores de exaustão a gasolina, eles mudaram-se para o novo endereço e produziram, em 1923, um total de 350 veículos “Carl Benz Söhne”. Nesse meio tempo, a família havia mudado também seu domicílio para Ladenburg.

Em 1912, Carl Benz retirou-se de cena, deixando seus dois filhos na direção. A empresa expandiu seus negócios e diversificou suas atividades, como, por exemplo, a exportação para a Inglaterra, onde os veículos “Benz Söhne” desfrutavam de grande popularidade, especialmente na aplicação de táxis, devido a sua grande confiabilidade.

Em 1923, o último veículo foi produzido, embora um ano mais tarde fossem ainda montados dois veículos de 8/25 HP, que Carl Benz utilizou como veículos privados e de uso comercial. Ambos os veículos existem até hoje.

Contrariamente a Gottlieb Daimler, que morrera já em 1900, Carl Benz pôde conviver com o grande progresso da motorização e desfrutar de seus resultados.

Carl Benz faleceu em 4 de abril de 1929, na sua residência em Ladenburg. Hoje, esta casa transformou-se na Fundação Carl Benz e Gottlieb Daimler, sendo também utilizada para eventos.

Gottlieb Daimler

Os primeiros anos

Gottlieb Daimler nasceu em 17 de março de 1834, em Schorndorf, Alemanha. Estudou latim e frequentou a escola de desenho.

Depois de uma temporada na França, onde adquiriu experiência prática na construção de máquinas, ele frequentou, de 1857 a 1859, a Escola Politécnica de Stuttgart. Após diversas atividades técnicas na França e na Inglaterra, ele conseguiu, em 1862, uma posição como desenhista em Geislingen.

No fim de 1863, Daimler começou a trabalhar como inspetor de oficina da Fábrica de Máquinas Bruderhauses, em Reutlingen, onde conheceria, em 1865, Wilhelm Maybach.

Em 9 de novembro de 1867, casou-se com Emma Kurtz, de Maulbronn. Em 1869, trabalhou como gerente de oficinas da Companhia Construtora de Máquinas Karlsruhe e, em 1872, transferiu-se para Otto & Langen como gerente técnico da Fábrica de Motores Deutz, onde conheceria o motor Otto de quatro tempos.

Depois de divergências com a direção da empresa, Daimler deixou a Deutz em meados de 1882.

A oficina de testes

Em 1882, Daimler comprou uma vila em Cannstatt, por 75.000 Marcos Ouro, valor conseguido graças ao seu trabalho na Deutz e à indenização com o encerramento de seu contrato com a fábrica de motores.

No grande jardim da vila, havia uma estufa que Daimler mandou ampliar para montar uma oficina de testes.

A base de Daimler era utilizar exclusivamente gasolina como combustível dos motores, montando-os em todos os veículos possíveis – na terra, na água e no ar. Como diretriz de trabalho, ele pensava naturalmente em utilizar o princípio Otto de quatro tempos, que, devido ao complicado mecanismo de ignição, não permitia grandes rotações.

Daimler resolveu patentear, depois de intensivos testes, um motor não refrigerado, com isolamento de calor e com ignição de tubo incandescente não controlada. Esta patente foi uma obra-prima na arte da formulação, já que correspondia aos princípios de quatro tempos do motor Otto. Transformou-se, assim, numa grande disputa judicial de patentes que a Deutz abriria especialmente depois que Daimler se recusou a permitir o uso gratuito da ignição por tubo incandescente não controlada. A Corte Federal, contudo, graças à sua intervenção pessoal, aceitou a argumentação de Daimler e sua posição prevaleceu.

Os últimos anos

Gottlieb Daimler lutava já havia algum tempo com problemas no coração. No inverno de 1892 a 1893, ele adoeceu novamente e no início do ano foi enviado para uma clínica em Florença. Lá reencontrou Linda Hartmann, nascida Schwend, que ele havia conhecido entre amigos de Cannstatt. Sua primeira esposa Emma havia falecido em 28 de julho de 1889 e Linda Hartmann, 22 anos mais jovem e muito viajada, impressionou-o tanto que Daimler resolveu casar-se com ela. A cerimônia de casamento ocorreu em 8 de julho em 1893 no “Schwäbisch Hall”.

Com os problemas de saúde evidenciados, Daimler cometeu alguns erros em relação à DMG e se recusou, por exemplo, a adquirir 102 ações adicionais que lhe garantiriam o controle majoritário, porque ele mesmo tinha sérias dúvidas sobre a possibilidade de sobrevivência da empresa.

A crescente tensão entre Daimler e Duttenhofer e Lorenz levou os outros dois acionistas a ameaçar expulsá-lo da sociedade se a DMG não saldasse uma dívida bancária de 400.000 marcos. Eles o ameaçaram com a falência, a menos que Daimler abrisse sua carteira de ações e colocasse os direitos de suas invenções à disposição por um valor de 66.666 marcos. Para não enfrentar a bancarrota, Daimler concordou. Eles afastaram Daimler, mas isso não trouxe sorte para a empresa. Não havia mais desenvolvimento e os balanços tornavam-se notadamente piores.

Em 1895, uma oferta da Daimler-Motor-Gesellschaft para Maybach recebeu a resposta de que ele não voltaria para a empresa sem Daimler. Duttenhofer provavelmente jamais teria concordado, se não fosse por outro acontecimento, que acabaria provocando uma reviravolta no desempenho do negócio. Devido ao motor Phoenix projetado por Maybach, a fama da Daimler-Motors estava na boca do mundo e um grupo de industriais ingleses, cujo porta-voz era o sr. Frederick R. Simms, desejou adquirir os direitos de licenciamento deste motor para a Inglaterra. Estavam prontos a pagar a inacreditável soma de 350.000 marcos, com a condição de que Daimler fosse reintegrado à empresa. O retorno de Daimler e Maybach acabou provocando um inesperado crescimento nas operações da companhia.

Daimler recebeu sua parte acionária de 200.000 marcos de volta, além de um título de usufruto de 100.000 marcos, com o cargo de Conselheiro e Inspetor Geral do Conselho de Administração. Maybach foi nomeado diretor técnico da Daimler-Motoren-Gesellschaft e também recebeu ações no valor de 30.000 marcos, além da incumbência fundamental de desenvolvimento técnico e confiabilidade de produtos, reconstruindo a competitividade dos produtos da DMG.

A produção foi desenvolvida nas instalações do Hotel Hermann, que se transformou numa importante base industrial.

O próprio Daimler somente permaneceria por mais cinco anos, até sua morte, em 6 de março de 1900.

Wilhelm Maybach

Rei dos construtores

Wilhelm Maybach nasceu em 9 de fevereiro de 1846, em Heilbronn, na Alemanha, e lá cresceu com cinco irmãs. A família mudou-se mais tarde para Stuttgart. Com dez anos de idade, ele ficou órfão. O fundador e diretor da Irmandade de Reutlingen, escola por ele frequentada, reconheceu muito cedo o talento técnico do garoto e o incentivou.

Em Reutlingen, ele também conheceu Gottlieb Daimler, em 1865, iniciando uma grande amizade, cultivada até a morte do amigo. Eles foram para Karlsruhe em 1869 e depois para a fábrica de motores Deutz. Ali, inspirado, Maybach queria construir um motor de combustão leve, de alta velocidade, adequado para veículos na água, na terra e no ar.

Depois que Daimler deixou a fábrica de motores Deutz, devido a divergências com a direção da empresa, em meados de 1882, Wilhelm Maybach seguiu-o a Cannstatt, para ali desenvolver o motor de combustão leve, de alta velocidade.

Em suas pesquisas de grande abrangência, Maybach descobriu uma patente do inglês Watson que descrevia uma ignição não controlada de tubo incandescente – um importante pré-requisito para altas rotações.

Ao motor horizontal de 1883 seguiu-se o assim chamado “Relógio de pé”, um motor com cilindro vertical, adequado à montagem em veículos.

Em 1885, foi a vez de uma motocicleta de madeira e, no ano seguinte, uma carruagem com o novo motor montado. Maybach, porém, não se contentava em simplesmente construir motores para carruagens.

A invenção que resultou dali foi o carro de rodas de aço. Com este veículo, Maybach também incorporou o mérito de ter introduzido a transmissão dentada na construção automobilística.

Apresentado na Feira Mundial de Paris de 1889, o carro das rodas de aço proporcionou o estímulo para a formação da indústria automobilística francesa.

Quando Daimler fundou a Daimler-Motoren-Gesellschaft com Duttenhofer e Lorenz, em novembro de 1890, Maybach deveria ser nomeado construtor-chefe, mas, devido a condições contratuais inaceitáveis, ele se retiraria da firma já em fevereiro de 1891.

Seguiu-se um ano e meio de atividade construtiva que ele realizou em sua casa. No outono de 1892 começaram os trabalhos de desenvolvimento financiados por Daimler no Hotel Hermann, que incluíram desenvolvimentos marcantes, como o carburador com bicos injetores e o motor Phoenix, bem como melhoramentos detalhados do acionamento por correias.

Em 1895, por influência do industrial inglês Frederick Simms, Maybach voltaria mais uma vez para a DMG, como diretor técnico. Ali ele desenvolveu o refrigerador de tubos com ventilador, mais tarde o radiador de colmeia. Além disso, o “Rei dos Construtores”, como era chamado pelos franceses, desenvolveu o primeiro motor automobilístico de quatro cilindros. Entre 1896 e 1899, ele projetou uma geração de cinco tipos de motores entre 6 e 23 HP.

O primeiro Mercedes-Benz

Uma das criações mais marcantes de Maybach foi realizada depois da morte de Daimler, em 1900: a primeira Mercedes, que causou furor na “Semana de Nice”, em março de 1901.Um veículo que claramente estava acima de tudo que a Daimler-Motoren-Gesellschaft havia criado ou construído até então e que terminava com as antigas carruagens na construção automobilística.

Apesar do grande sucesso do automóvel Mercedes, Maybach foi alvo de intrigas. Ele foi substituído como construtor-chefe e teve suas atividades limitadas a um simples “escritório de inventor”.

Em 1907, Maybach deixou a DMG amargurado. Quando em agosto de 1908 o Zeppelin LZ 4 foi destruído por gaivotas, Maybach ofereceu-se ao Barão von Zeppelin para projetar um motor novo e melhor para o dirigível. As negociações que se seguiram levaram à criação, em março de 1909, da empresa “Luftfahrzeug-Motorenbau-GmbH Bissingen”. O diretor técnico era o filho de Wilhem, Karl Maybach, que já havia construído o novo motor. Em 1912, a empresa mudou-se para Friedrichshafen. Pai e filho detinham cada um 20% da empresa, mas Wilhelm deixou a administração da empresa totalmente para o seu filho.

A partir de 1922, automóveis de luxo começaram a ser também produzidos em Friedrichshafen. Um ponto alto da linha de produtos era o Maybach 12 Tipo DS de 1929, o primeiro automóvel com motor V12, que como seu sucessor, o tipo “Zeppelin”, seria considerado o correspondente alemão do Rolls-Royce.

Wilhelm Maybach faleceu em 29 de dezembro de 1929.

Emil Jellinek

A estrela de três pontas

Cliente da Daimler desde 1897, o comerciante alemão Emil Jellinek era também um apaixonado por corridas. Tanto que, em 1900, solicitou à Daimler que construísse um automóvel rápido, leve e seguro. O cliente fazia apenas uma exigência: o novo carro deveria levar o nome de sua filha Mercedes, que tinha 11 anos. Na semana de Nice, em março de 1901, aquele carro praticamente foi imbatível, ajudando Jellinek e a Mercedes com uma publicidade excepcional.

Em 1902, a Daimler registrou a marca “Mercedes”. E só 24 anos mais tarde, com a fusão das empresas fundadas por Gottlieb Daimler e Carl Benz, é que a marca passou a se chamar “Mercedes-Benz”.

O mundialmente famoso símbolo da Mercedes-Benz teve um início profético. Representando a triplicidade das atividades da Daimler, fabricante de motores para uso em terra, mar e ar, a estrela de três pontas foi adotada como logotipo em 1909, após a morte de Gottlieb Daimler. Foi inspirada numa figura que ele havia desenhado num postal, o qual remeteu à sua esposa com o seguinte comentário: um dia essa estrela brilhará sobre a minha obra. Ao longo dos anos, o símbolo passou por várias alterações. Em 1923 foi acrescentado o círculo. E três anos depois, com a fusão das empresas Daimler e Benz, foi incluída a coroa de louros, do logotipo da Benz. A forma definitiva foi adotada em 1933 e desde então se mantém inalterada.

Um invento que mudou a história dos transportes de carga

Quando, em 1886, Gottlieb Daimler e Carl Benz apresentaram ao mundo os primeiros veículos movidos por motores de combustão interna, o mundo assistiu uma autêntica revolução na história dos transportes.

As ferrovias, já com cerca de meio século de existência, dominavam a cena do transporte de carga a médias e longas distâncias. Para as distribuições no varejo, a partir das estações, recorria-se aos veículos de tração animal. Uma estrutura já consolidada aos padrões e necessidades da época. Onde todos viam uma estagnação, eles viram uma oportunidade. Nasceu então, o transporte de carga e o caminhão. Prático, eficiente e, assim como qualquer Mercedes-Benz, absolutamente inovador.

O invento

Nova era nos transportes de carga

Como uma previsível evolução dos primeiros veículos motorizados e como natural decorrência do forte espírito empreendedor dos pioneiros Daimler e Benz, o primeiro caminhão do mundo, da Daimler-Motoren-Gesellschaft, começou a percorrer as ruas de Cannstatt, na Alemanha, em 1896. Um veículo singelo e algo rudimentar, aos olhos de hoje, definido como caminhão apenas pelo objetivo e transportar carga e não pessoas. Não possuía cabina, como a conhecemos; havia apenas um largo assento para o motorista. Aros de ferro cobriam as rodas. O motor de dois cilindros, a gasolina, ficava na traseira. A capacidade de carga útil chegava a 1,5 tonelada. Um caminhão “capaz até de dar marcha à ré” segundo noticiário da época.

No mesmo ano, coincidentemente, Karl Benz apresentou uma furgoneta com capacidade de carga útil de 0,3 tonelada. O advento do caminhão constituiu, de início, uma vitória pessoal daqueles que enfrentaram riscos sucessivos até obter resultados satisfatórios e, sobretudo, acreditaram na forca das ideias. Mesmo assim, quase uma década transcorreu até que o caminhão superasse as naturais resistências ao que é novo e vencesse a forte concorrência do transporte ferroviário.

A arte de comerciar, uma das grandes paixões humanas, move-se pelo espírito pragmático. E ela, historicamente, elegeu o caminhão como o meio de transporte ideal, com vantagens em termos de flexibilidade operacional, rentabilidade, economia de tempo e custos relativamente baixos de manutenção.

O caminhão evolui permanentemente

Daimler pouco pôde acompanhar da evolução de seu invento. Faleceu em 1900. Na fábrica que fundou e na de Karl Benz, no entanto, o caminhão continua exigindo permanentemente novas soluções tecnológicas. Aprimora-se tudo: o motor, a caixa de mudanças, os eixos, a direção, os freios…

Conforto, segurança e rentabilidade costumam andar juntos; nos primeiros anos do caminhão, o conceito se consagra. E o motorista vai deixando de trabalhar a céu aberto: configura-se cada vez mais o desenho da cabina. Em 1923, surge o Benz 5K3, o primeiro caminhão diesel do mundo, com motor de 50 cv a 1.000 rpm e capacidade de carga útil de 5,5 toneladas: uma etapa particularmente importante na evolução histórica do produto. A partir dali, o motor diesel firmou-se como o mais adequado para veículos comerciais, por suas características de alto rendimento termodinâmico e robustez.

No Brasil, uma nova etapa

O primeiro caminhão Mercedes-Benz fabricado no Brasil surge em 1956, marcando o início efetivo de produção da fábrica de São Bernardo do Campo. Era o L-312, apelidado de torpedo devido à forma característica do cofre do motor. Um herdeiro da longa tradição de qualidade do nome Mercedes-Benz.

A evolução não para. Dos leves aos extra pesados, a Mercedes-Benz disponibiliza para o mercado a mais completa linha de veículos comerciais.

No Brasil e no mundo, o caminhão firma-se como o meio de transporte de carga por excelência. Versátil, adaptam-se com facilidade às características peculiares do transporte urbano, possibilitando serviços de entrega porta a porta; nos longos trajetos, atende às expectativas quanto à rapidez. Sobretudo, não escolhe destino. Atuando muitas vezes como o extenso braço do comércio, atinge pontos distantes do País. Ou do planeta. Um longo futuro aguarda o caminhão, tal qual o conhecemos.

Fonte: História da Mercedes-Benz

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